Historinhas para você contar...

 

Atuando sobre a mente humana, os contos de fadas e as historinhas infantis, desde suas origens, encantam as crianças e as fazem se identificar com esse mundo mágico, transmitindo-lhes valores que a ajudam na compreensão de si mesma e da realidade à sua volta.  Os conflitos presentes nos contos mostram o quanto é bom fazer o bem, lutar pelos seus objetivos, vencer os medos e que sempre existem saídas para nossas dificuldades. A criança vai perceber que todos os sentimentos (amor, ódio, tristeza, alegria, etc) que os personagens mostram elas também sentem. Elas enxergam nos desenhos o que acontece dentro delas e é muito difícil explicar ou entender.

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A menina dos fósforos

 

Era  véspera de ano novo. Aquela pobre menina andava pelas ruas e nem sequer tinha sapatos! Alguém lhe dera um par de chinelos, mas um deles perdera-se no escuro, e o outro, um menino pegou para fazer dele um barco.
Desde manhãzinha a menina andava vendendo fósforos pelas ruas. Fazia tanto frio que ninguém parava para comprar nada.
Pobre menina! Se ela voltasse para casa sem ter vendido nenhum fósforo, o pai brigaria com ela. Talvez mesmo lhe desse uma surra, pois era um homem muito, muito bravo.
As pessoas apressavam-se nas ruas a caminho de casa, onde as esperava uma boa fogueira. A pobre menina é que não tinha onde se aquecer. Os flocos de neve caíam-lhe sobre os anéis do cabelo e entravam-lhe pelos olhos.
O vento era cada vez mais gelado. Recolhendo-se a um portal, a menina riscou um fósforo para se esquentar um pouco ao calor da pequenina chama. Tch!... Na noite ergueu-se uma chama clara, tão clara como se fosse uma grande luz. Que coisa estranha! Pareceu à menina que se encontrava sentada junto de um belo braseiro enfeitado com bolas de cobre. Como era bom aquecer-se um pouco! Estendeu as mãozinhas roxas de frio e ia estender também os pés quando a chama se apagou. O braseiro desaparecera: de novo nada mais havia do que a neve e o vento gelado.
A menina acendeu um segundo fósforo. Tch!... Num instante, a parede da frente ficou iluminada e tornou-se transparente como uma gaze. E que lindo era o que se via através dela! Era uma sala e no centro dela havia finas porcelanas e, numa travessa, um pato recheado. Meu Deus, como cheirava bem esse bolo! E eis que de repente ele salta da travessa como que dizendo: “Vamos, come-me!”.
Rapidamente, tudo desapareceu. O fósforo queimou por completo. Com os dedinhos adromecidos, a menina acendeu muito depressa outro fósforo. Oh! Que magnífica árvore-de-natal surgiu então diante dos seus olhos! Essa árvore era mil vezes mais bela do que aquela que tinha visto havia pouco através da porta envidraçada de uma loja. Centenas de velas cintilavam nos seus ramos, e, em redor, figuras de cores vivas animavam-se e sorriam.
De súbito, as luzes da árvore-de-natal pareceram elevar-se, e a menina seguiu-as com os olhos, deslumbrada, porque se confundiam com as estrelas no céu. Sim, haviam se transformado em estrelas. Uma delas caiu, traçando um longo risco luminoso. A menina lembrou-se então de que a avó lhe contara que, quando se vê uma estrela cair, deve-se pensar que uma alma voa para o céu. Mas a avozinha, que contava tão lindas histórias e que era tão boa com sua netinha, morrera havia muito tempo. E agora a mãozinha da menina, arroxeada de frio, apenas segurava a ponta de outro fósforo apagado.
Pobre menina! Acendeu outro fósforo ainda. E então viu algo maravilhoso! Viu a sua própria avó com um ar tão meigo e tão radioso que não pôde conter um grito:
— Oh, avó, leva-me contigo, antes que se apague o fósforo! Não te vás embora, não desapareças como o braseiro de cobre, como o bolo, como a bela árvore-de-natal!
Começou a acender todos os fósforos que restavam da caixa. E os fósforos espalhavam uma luz tão clara que parecia dia, um luminoso dia de verão. E a avó parecia cada vez mais radiosa no meio daquela grande luz. E então — ó maravilha! — pegou a sua netinha pelo braço e voou com ela ao Paraíso, lá onde não há fome, nem frio, nem sofrimento, pois é a casa de Deus.
No dia seguinte, dia de ano-novo, as pessoas encontraram estendida na rua uma menina com uma caixa de fósforos completamente queimados. Mas ninguém suspeitou que a alma daquela menina, na véspera, à noite, tivera deslumbrantes visões e entrara feliz no ano-novo, com sua querida avozinha.

 

Escrita por:

Hans Christian Andersen, escritor dinamarques.

 

Mamãe onça não gosta mais de mim

 

Mamãe onça sempre chegava brava em casa depois de horas de caçada. Tigrinho, seu filho, ficava muito triste, pois achava que tinha feito alguma coisa errada para ela ficar assim.

Não entendia o que poderia ser, gostava muito de brincar com ela e contar sobre suas peripécias mas, naqueles últimos dias mamãe onça chegava quieta e Tigrinho só conseguia ver seus dentes afiados enquanto ela murmurava alguma coisa bem baixinho.

Todo dia parecia a mesma coisa. Ela queria que ele fosse dormir logo ou que ficasse quietinho vendo televisão. Tigrinho começou a pensar que mamãe onça não gostasse mais dele e ficou muito triste.

Lá ia Tigrinho cabisbaixo ver televisão ou ler seus livrinhos no quarto, porém sempre que podia dava uma espiadinha para ver o que mamãe onça estava fazendo na tentativa de desvendar aquele mistério.

- “Ai que será que eu fiz? É uma tristeza, ela nem olha mais pra mim como antes.” – resmungava para si mesmo.

Tinha dias em que Tigrinho ficava com muita raiva, então ele gritava e chorava bem alto mas, isso também não adiantava. Mamãe onça continuava brava.

Decidido a descobrir o que acontecia, Tigrinho resolveu seguir a mamãe pela floresta quando ela saísse para as caçadas queria saber se ela também ficava brava durante o dia.

E caminhou escondidinho atrás dela protegendo-se atrás de arbustos e procurando não fazer muito barulho por onde passava. Porém, logo começou a ficar com medo dos outros animais. Muitos deles, Tigrinho nunca tinha visto antes e alguns eram tão grandes que mais pareciam um bicho papão.

Quase foi pisado por um elefante quando tentava passar por uma pinguelinha, equilibrando-se para não cair na água. Viu uma cobra rastejando ao seu lado e não gostou nada da língua dela que fazia um barulho estranho, alguma coisa como um ssssssssssss que arrepiava seus pelinhos. Viu um tipo estranho correndo e dando saltos ornamentais, era leve como uma pluma e na cabeça tinha dois chifres que pareciam dedos de mãos.

- “Gente, o que será isso? É tudo tão estranho!” – perguntou – “Opa! Preciso tomar cuidado para não perder mamãe de vista.”

E assim, Tigrinho seguiu mamãe onça amedrontado com tudo o que via. Mas reparou que ela caminhava com a cabeça erguida e passos decididos por entre todas aquelas árvores e animais.

Todos pareciam ter medo dela. Por onde passava o caminho se abria e nada a importunava. Corajosa, ela tentava caçar algum animal para o jantar.

Quando ficava cansada, mamãe onça subia em arvores para ver melhor o que acontecia ao redor. E foi numa dessas vezes que Tigrinho escondido ao lado de uma grande arvore escutou a conversa entre a mamãe onça e titia pantera:

- “A vida não está fácil. A caça está ficando fraca ultimamente.” – dizia mamãe onça.

- “Eu também acho mas tenha força. Você conseguirá algo pro jantar desta noite.” respondeu titia.

“Estou preocupada com Tigrinho, quero muito protegê-lo e tenho que garantir nossa comida. Ai, amo tanto meu filhinho!”

- É por isso que você está ficando até tarde na floresta?” – perguntou titia pantera.

- “E nem tenho tempo para ele.” Concordou mamãe. – “Não consigo uma boa caça há dias e fico muito atarefada com isso. Ah! Não vejo a hora de voltar para casa e vê-lo feliz e protegido.

Tigrinho ouvindo a conversa pensou:

- “Então ela ainda gosta de mim! É claro!”

Ele afinal entendeu tudo. Voltou saltando e feliz para casa. Decidiu que ia arrumar toda a bagunça de seu quarto, assim, quando mamãe chegasse ela também ia gostar e até sorrir para ele. Afinal, entendeu que ela não estava brava com ele, apenas cansada e preocupada.

Mamãe onça gostava de Tigrinho como sempre!

 

Escrita pelas psicólogas:

Ana Paula A. Jorjão

Virginia Marchini

 

 

    O livro de ouro

 

A escola de Mario ficava muito longe de sua casa. Todos os dias da semana ele acordava bem cedinho, antes mesmo do nascer do sol e caminhava bastante para chegar lá. Ele ia por uma estradinha de terra cheia de curvas e às vezes sentia muita fome, pois naquela hora d amanhã ainda não tinha pão em sua casa. Algumas crianças iam para escola de charrete, mas não passavam perto da casa de Mario. Ele ia sozinho e algumas vezes se sentia muito solitário.

Num belo dia, quando lá ia Mário pelo caminho da aula, carregando seu caderninho na mão e cantarolando o hino do seu time preferido, reparou numa coisa brilhante no canto da estrada e ficou curioso.

 “O que será isso?”, pensou. “Com certeza não estava aqui ontem!”.

Foi então que percebeu ser um livro muito esquisito. A capa brilhava tanto que parecia ouro.

Olhava para os lados, não viu ninguém por perto e pensou que poderia ser de alguém que tivesse passado por lá e deixado cair sem querer. Mas, não havia sinal de gente, cavalo ou passarinho. Estava tudo muito silencioso e Mario resolveu dar uma espiada nas páginas douradas. Bem devagar ele abriu o livro e sentiu seu coração querendo sair pela boca.

Havia uma figura na primeira página, como uma paisagem. Mario nunca tinha visto um lugar tão lindo como aquele, nem parecia ser deste mundo. Passou os dedinhos pelas bordas do desenho e foi como se tivesse ido parar lá dentro do livro, num mergulho.

Sentiu o calor do sol desenhado, a graminha debaixo dos pés descalços, ouviu as andorinhas cantando e brincando de roda no céu. Pensou até em um pé de jabuticaba que tava ali do lado direito.

“Nossa eu adoro jabuticabas! Minha fruta favorita!” – falou.

Mario estava tão contente que nem sabia dizer quanto tempo ficou ali, admirando a figura e os detalhes. De repente, percebeu que o desenho se alterava, algumas coisas surgiam de repente e outras desapareciam. Viu um cavalinho marrom e surpreso pensou:

“Hum! Igualzinho o Alazão do papai. Mas, este está mais gordo e forte.”

Daí apareceu um lago azul e Mario deu pulos de alegria, sempre desejou pescar nos dias de folga mas, lá pros lados de sua casa não tinha nenhum lugar assim.

“Agora só falta um barquinho!” E nem bem ele pensou, lá estava um barquinho verde esperando por ele.

E foi assim que Mario entendeu que aquele era o lugar que sempre imaginou, mas achava que não existia. Agora ele estava ali e parecia como num sonho, mas era de verdade.

E sabe o que mais? Nas outras páginas ele descobriu que haviam mapas e desafios que ensinavam como chegar até lá.

“Uau!” gritou bem alto, nem acreditando em tudo o que estava acontecendo naquela manhã.

Então ele fechou o livro com muito cuidado e continuou seu caminho. Mas neste dia, nem percebeu como a escola era longe. Foi andando e pensando:

“Um dia eu vou conhecer este lugar maravilhoso”.

Ficou feliz como nunca.

E assim, todos os dias da semana, Mario acordava bem cedo. Mas ele não reclamava mais disso e nem se sentia sozinho pelo caminho da escola. Sabia que logo estaria lendo, fazendo contas e entendendo os mapas para chegar naquele lugar, pois agora, o livro de ouro era seu para sempre.

 

Escrita pelas psicólogas:

Ana Paula A. Jorjão

Virginia Marchini

 

O príncipe que tinha tudo

 

 Num reino muito distante num lindo castelo morava o príncipe Rafael, sua mãe, a rainha Elizabeth e seu pai, o rei Bartolomeu.

Rafael tinha nove anos e uma vida que muitos garotos de sua idade sonhavam em ter.

No castelo tinham várias piscinas, quadras de futebol, parque de diversão, carrinhos de pipoca, algodão-doce, cachorro-quente, maçã –do-amor.

Seu quarto era enorme e sua cama grande e macia. Tinha brinquedos de todos os tipos, até mesmo um tapete voador com controle remoto. Sempre dava festas no castelo para seus amigos. Tudo que pedia seus pais davam rapidinho. Conseguia as coisas sem esforço algum.

Mesmo com tudo isso Rafael não era feliz! E sabe porquê? Exatamente por isso porque tinha tudo e não conseguia sonhar em ter mais nada.

Até que um dia, resolveu visitar seu avô, um bruxo aposentado, que morava numa cabana no meio da floresta.

Quando chegou lá, Rafael foi recebido pelo avô com um abraço gostoso e quentinho.

Jantaram bife com batatas fritas e tomaram sorvete com muita calda de sobremesa.

Descansaram um pouco e depois foram conversar na rede que ficava do lado de fora da cabana. De lá, conseguiam ver o céu, a lua e ouvir o vento que balançava as árvores.

O menino contou ao avô sobre sua tristeza.

O velho bruxo falou para Rafael: olha para o céu e veja como está lindo e cheio de estrelas!

O menino respondeu: vô o céu está cinza, sem estrelas e vai chover daqui a pouco !!

Rafael, disse o avô, as estrelas existem e estão no céu mesmo que a gente não veja.

Você ainda é muito jovem mas, a vida e o tempo vão te ensinar a diferença entre SER e TER.

O menino ouviu com atenção e logo em seguida os dois “pegaram” no sono lá mesmo na rede. Quando Rafael acordou estava tranqüilo e aliviado com uma sensação boa que nem ele mesmo sabia explicar porque mas, o que importa era que estava feliz e confiava nos conselhos do avô!

Escrita pela psicóloga:

Adriana V. de Mattos

A casinha encantada

 

Era uma vez uma cidade muito distante onde havia uma casinha que falava. Ela era muito simpática e cheia de vida. Sempre estava com as janelas abertas e rodeada de flores coloridas.

Quando o vento soprava, as cortinas dançavam pra lá e pra cá. Todo mundo podia ver o que tinha lá dentro. A casinha se sentia sempre muito feliz. Ela cantava e jogava nuvens de fumaça que tinham cheiro de chocolate.

Muitos visitantes passavam por lá, vinham de aventuras pelo mundo e quando precisavam de um teto protetor, lá estava a casinha falante para abrigá-los em camas quentinhas e leite no copo. Por lá também passavam famintos por um belo jantar, cheio de pizza e brigadeiro; caçadores em busca de sombra e crianças procurando brincadeiras e novidades.

E assim, a casinha recebia todos com alegria e festa. Cada um que entrava lá ouvia o barulho dos sininhos na porta anunciando que mais um amigo estava chegando.

Mas um dia, três meninos muito malvados entraram lá. Os sininhos não tocaram pois, a casinha já estava desconfiada. Eles entraram e olharam curiosos por todos os cômodos dano risadas e diziam:

- Que casinha mais feia, nem comida pronta tem disse um deles,

O outro falou: - que lugar chato!

E o terceiro completou: - vamos estragar essas paredes e fazer uma fogueira? Isso não serve para nada mesmo!

E assim eles fizeram: jogaram lixo n chão, sujaram as paredes, arrancaram as telhas, pisaram nas plantinhas. O sininho da porta foi parar no quintal junto com a s cortinas rasgadas e a cadeira de balanço quebrada.

Coitadinha da casa!

“Como posso me defender?” – ela pensou.

Lá fora chovia e nem sequer chorar ela podia porque tinha medo que os meninos malvados judiassem ainda mais dela. Então a casinha foi ficando muito triste. Era tanta tristeza que começou a se sentir feia.

No dia seguinte os meninos malvados foram embora rindo alto e contando as peripécias que tinham aprontado.

Ela resolveu então que a única saída para sua tristeza era ficar fechada e não deixar mais ninguém entrar. Pensou nos amigos que fez todos esses anos e soluçou baixinho. Fechou as janelas e colocou os cobertores que restaram para tampar a vista. Trancou a porta com a chave e cobriu a chaminé, afinal, não haveria mais doces para ninguém.

E assim, triste e sozinha, ficou.

O tempo passou e passou. O mato cresceu ao redor dela e ficou escondida, ninguém mais sabia que ela estava ali e aqueles que a conheciam diziam:

- O que será que aconteceu ? Essa casinha era tão simpática e feliz! Que saudade dela!

E muitos anos se passaram, vieram os viajantes e não encontravam mais proteção. Vieram os famintos e continuaram seu caminho com o estômago roncando. As crianças não passavam mais pelo mato alto.

- Que pena ! - alguns falavam – Seria legal brincar com ela de novo. Que vontade de comer doces!

Foi então que a casinha percebeu que queria abrir novamente suas janelas e portas para deixá-los entrar. E assim ela fez, ainda com um pouco de medo, mas logo percebeu que aquelas crianças gostavam muito dela. Aos poucos, outros foram chegando e ajudaram a limpar e arrumar tudo. As vovós costuraram as cortinas e toalhas, os viajantes trouxeram novos enfeites para sala, os famintos consertaram a mesa, as cadeiras e o sofá.

A casinha voltou a ser bonita e feliz.

Todos os dias, porém , tomava bastante cuidado antes de abrir as janelas. Ela aprendeu a se proteger daqueles que não mereciam estar lá dentro com ela.

Assim, ela novamente cantou pela chaminé e todos viram a nuvem de chocolate subir mais uma vez até pertinho do céu.

 

Escrita pelas psicólogas:

Ana Paula A. Jorjão

Virginia Marchini

O monstro pé de galinha

 

Rafaela, as vezes era obediente, as vezes malcriada, mas acho que no fundo ela tinha um bom coração.
Era muito mimada e as vezes só fazia o que queria fazer e pronto...
Hoje, ela vai descobrir duas coisas muito importantes quando sair da escola.

Ao sair da Escola, disse:
- Hoje não vou esperar minha Mãe. Como minha casa é perto daqui e eu já conheço o caminho, acho que vou embora sozinha...
E foi mesmo...

Então ela descobriu algo que a deixou assustada...
Como estava acostumada a ir e vir todo dia com a mãe não prestava atenção no caminho.
Nesse momento, deu um estalo dentro dela, e achou que tinha se perdido...

Descobriu que tinha entrado num lugar estranho e deserto...
Nesse momento, dois meninos grandes, com cara de malvados, apareceram na sua frente rindo muito. Então um deles disse:
- Humm, ei pirralha, para onde você pensa que está indo? Aqui é um bairro proibido para estranhos. Não permitimos que nenhum espião de fora entre aqui!

Ela começou a chorar, e os meninos, com cara de poucos amigos, disseram de novo:
- Já que você entrou em nosso bairro proibido, vamos raptá-la e pedir um resgate!
- Isso mesmo - disse o outro garoto - Vamos avisar aos seus pais que você está em nosso poder e eles terão que nos dar muito dinheiro.

Isso - concordou o outro - Vamos levá-la para um lugar escuro de onde não poderá sair e ficará presa até que nos paguem o resgate.
Então ele pegou a mão dela com violência, e começou a arrastá-la.
Nesse momento, sem que ninguém visse, um pouco mais adiante, um estranho vulto surgiu do nada. Parecia um menino pequeno, só que não tinha uma cara muito amigável.

Saindo das sombras, o estranho e pequeno ser, abriu sua imensa e assustadora boca, e falou de um jeito que todos ficaram petrificados de medo, sem nem conseguirem se mexer.
- Muito bonito... quer dizer que vocês gostam de fazer maldades? Então acho que vão gostar muito do lugar para onde vou levar os DOIS.

O estranho ser era do tamanho de um menino, com a cabeça enorme e azul, e os pés de galinha.
Os dois desordeiros ficaram com tanto medo, e saíram numa correria tão grande, que naquele dia não conseguiriam parar de correr por nada nesse mundo.
A menina, mal conseguia falar de tão contente. Ela, ao contrário, não havia ficado com nenhum medo.

E ela emocionada, e agradecida, não quis nem saber, deu um grande abraço no seu novo amigo e disse:
- Meu amigo, você me salvou dos malvados. Como é seu nome?
- Meu nome é Pé de Galinha, e todos tem medo de mim porque sou feio... ninguém nunca me chamou de amigo... você é a primeira pessoa que faz isso...

Não, você não é feio - disse a menina - você é lindo. É apenas diferente das outras pessoas...
Muito feliz, ele explicou para ela, que sempre aparecia para proteger as crianças quando estavam em perigo, e que ficava azul nessas horas. Disse também que gostava muito de comer pão com chá. Então a menina disse:
- Vamos para minha casa fazer um lanche maravilhoso!